domingo, 8 de janeiro de 2012

Resenha histórica do grupo

As origens do grupo de teatro da Facha perdem-se no tempo e na memória dos mais antigos cidadãos desta terra, levando-nos a crer que sempre houve representações de peças de teatro e de comédia ao longo dos tempos, em terras da Facha. 
Para Domingos Rodrigues, do Boco, nascido em 1934, os dramas de Santo António, Santa Isabel e Adão e Eva, já se representavam no seu tempo de pequeno, no tempo da guerra civil de Espanha (1936-1939)[i] e mesmo antes. Eram representados em espaços particulares, casas agrícolas, onde as pessoas aderiam nos serões do campo, como a casa da Latada (Arribã), a casa dos Bezerras (Borgonha) ou na fábrica do azeite (Fundego). Os mais antigos dirigentes, ensaiadores e atores que conheceu, foram o Joaquim Barros (da Quinta) da Arribã, José das Coelhas do Forcada e António Bezerra da Porteladia.
…. (outros depoimentos – em atualização)….
A partir dos anos 70 (de 1968 em diante), foram José Maria Sousa, do Eido do Monte,  Alexandre Rodrigues de Borgonha e Paulino Puga de Gondim, que deram continuidade e muito dinamizaram o grupo de teatro como principais dirigentes e animadores, no desempenho de funções de ensaiador geral, de ponto ou atores. Estes responsáveis, conjuntamente com todo o grupo, como outros o fizeram no passado, transportaram ao longo dos tempos o saber dos mais antigos, passando-o às gerações mais novas, que, nos últimos tempos, tem tido elevada participação no teatro, levando a que o grupo ascenda a mais de trinta elementos. Assim, prevaleceu, como mais completa e uma das mais antigas obras deste grupo de teatro, o drama de Santo António entre outros dramas, normalmente de caris religiosos e até rábulas cómicas que muito animaram os serões da Facha até aos nossos dias.
Atualmente, o grupo, tem como principais animadores da sua direção o José Didier Martins (lito), José Hilário Coelho, José "Puga" Lima, Alberto Fernandes  e Paulino Puga (um dos mais antigos no grupo), que com grande esforço pessoal, dedicação e empenho, preparam representações para as principais festas de ano, nomeadamente, na época do Natal, onde os longos serões são mais propícios aos ensaios. Num contínuo esforço de integração dos mais novos, o grupo de teatro da Facha, tem mantido um número regular de atuações ao longo dos últimos tempos. Recentemente, tem representado em teatros municipais, centros sociais e de idosos, escolas e salões paroquiais, onde tem recebido de todas as audiências, os mais rasgados elogios às capacidades inatas da maioria dos elementos do grupo, constituindo-se, este facto, em grande regozijo, entusiasmo e vontade de continuar de todo o elenco.
Por tudo o que tem feito pela nossa terra e pelo teatro amador, o grupo de teatro da Facha é credor de muito mérito e valor, que todos lhe atribuem ao longo dos últimos setenta anos de atuações mais ou menos regulares, pelo que o seu esforço e disponibilidade devem ser amplamente reconhecidos e apoiados por todos, para que todos juntos, lhes transmitamos força e vontade para continuarem a fazer sempre mais e melhor, pelo teatro e pela nossa terra.
A todos os seus elementos, aos de hoje e aos saudosos de outros tempos o nosso reconhecido, muito obrigado por, através do seu exemplo, continuarem a enriquecer a nossa cultura.


[i] A denominada Guerra Civil Espanhola foi um conflito bélico deflagrado após um fracassado golpe de estado de um setor do exército contra o governo legal e democrático da Segunda República Espanhola. A guerra civil teve início após um pronunciamento dos militares rebeldes, entre 17 e 18 de Julho de 1936, e terminou em 1° de Abril de 1939, com a vitória dos rebeldes e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderado pelo general Francisco Franco.



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